sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vida de escritor

Solidão, meu sucesso
Meu mal bem querer
Angústia, minha brisa
Aquece-me, vou escrever

Fecho minhas portas
Isolo-me na escuridão
Se chorar bênção
Se sorrir maldição


Se alegre improdutivo
Se triste perfeição
Na alegria granjeio dúvidas
Na tristeza convicção


Invoco meus sentimentos
Despido-me da razão
Relato os conventos
Do sofrido coração


O culto da formalidade
Não é o meu pendão:
Consolo meretrizes
Machuco meus irmãos


Paradoxo, incógnita
Mas feliz assim
Nada sei da verdade
Nem ela de mim


Se te amo te firo
Se te odeio lhe cuido
Mordo tuas feridas
Acaricio teu orgulho

Minto sobre a verdade
Não amo quem deveria
Sou o bem mais malvado
Sou a ilustre poesia


O amor um amor
Chama verdadeira
O fogo que gela
O fogo que queima


Pobre carne a nossa
Enganoso o coração
A esfera do sentimento
Não compete com a razão


P'ro complexo, nosso ser
Não existem respostas
Basta apenas viver
Essa melindre proposta

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