Quando pequeno, quando minha mãe trabalhava em sua casa, eu sapeca que só, vivia roubando suas moedinhas, naquela caixinha rosa . . .
e vc ? vc nem notava, vc até hoje não notou. Eram poucas, as moedas, centavos que pra mim eram o dinheiro da bala na barraquinha em frente a sua casa . . .
Eu te acompanhei desde pequeno LÉIA, e como costume, sempre a levava a igreja, as vezes eu me atrasava e as meninas te buscavam, mas só eu podia levar a senhora embora, e ai de quem ousasse a te estender as mãos, a não ser eu, que te levava como o príncipe leva a sua princesa, de mãos laçadas, até seu lar.
Lembro-me do seu batismo, nooossa, vc estava liinda e morta para o pecado ! . . . Mas vc não morreu ! O vício do cigarro te perseguiu e vc frágil, serena, sem forças, se entregava a ele e eu vi o resultado dessa entrega :
Certo dia, te levando embora, vc me disse q não conseguia andar, então te pusemos numa cadeira e te levamos sentada pra sua casa . . . , vc parecia a rainha
e nós os capatazes . . . Certo dia vc passou mal dentro do culto e quando, parecendo bem, te levamos pra sua casa, vc desmaiou nos meus braços
e fomos juntos ao hospital . . . Certo dia vc teve dois infartos e eu fui te ver, alegre e sorridente, pra ver se eu passava um ar de que tudo fiicaria bem . . . Eu disse que vc era importante, especial, e vc DONA LÉIA, . . .vc chorou . . . eu te dei um beijo e depois de
dois dias vc morreu !!
Eu me lembro que vc dizia que não tinha como agradecer meu carinho por te conduzir aos cultos e que DEUS me pagaria, mas mal sabia
a senhora, q era eu quem estava pagando cada centavo que roubei de vc na infância !!!!!!!!!!!!!
LÉIA, BEIJO NO SEU CORAÇÃO !
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